Todos temos acompanhado as estatísticas em relação a educação, acesso a informação e desenvolvimento para meninas e jovens mulheres, e vimos que comparando com dados referentes a meninos e homens, as diferenças são abismais.
No ensino primário, existe uma quase igualdade de percentagens, mas a medida que os níveis vão mudando, também os dados mudam. Há vários motivos, mas hoje vamos reflectir sobre um que nós (principalmente as mães) podemos evitar.
Quando uma mãe vai ter a sua filha ou filho, o processo é o mesmo, parto natural ou cesariana. Não há uma forma elitista ou especial, apenas estas duas. E qualquer uma das formas envolve muita dor, (sim, sei porque experimentei as duas) e seja para mãe de menina ou de menino, a dor é a mesma.
Quando as crianças atingem a idade para ir à escola, a tua filha e o filho da vizinha são matriculados juntos, coleguinhas, amiguinhos, vão e voltam juntos da escola e todos apoiam. Acaba o ensino primário, chegam a sétima classe e já adolescentes e com hormonas a flor da pele, já começam com as curiosidades a descobrir a parte sensual e sexual da vida, mas, até aí também ninguém diz nada, nem conversa com estas crianças.
Os amigos começam a ter estranhos comportamentos, são tão amigos como inimigos, e as tantas a menina descobre que já não é tão menina e o menino que já não é tão menino assim, passam mais tempo do que nunca no quarto de um ou de outro. Mas para os pais, eles não passam de crianças, colegas e amigos e estão a estudar ou conversar.
De repente, a menina começa a parecer diferente, o menino não aparece mais, até que ao fim de alguns meses alguém vem dizer que a tua filha está grávida, sim, alguém vem te dizer, porque para ti isso não tem cabimento, nem se quer ponderaste a possibilidade.
Aí então vás ou chamas a vizinha, tua amiga para informar que o filho dela engravidou a tua jovem filha que ainda não é uma mulher, e começam os problemas. A vizinha diz que o neto não é dela, pois o filho dela tem apenas 15 anos, e é muito novo para ser pai. Pega nele e manda estudar no exterior.
Você mãe que (lembra o parágrafo sobre o parto?) passou pelo mesmo processo que a vizinha, não protege nem acode a tua jovem filha da mesma forma, não pensas que a tua filha também só tem 15 anos e que é muito nova para assumir o papel de mulher e de mãe. Não, antes pegas na menina e levas para ir ser mulher de um adolescente, imaturo, e incapaz de tomar conta da própria vida.
Colocas a tua filha numa casa, que a princípio já são contra ela e o filho, para uma estranha que está a proteger o filho, também “proteger” a tua. Isso é impossível, infelizmente ela lá, será maltratada e humilhada. Será mais uma infeliz. Com certeza não volta para a escola nunca mais e vai para as estatísticas, sim.
Começa um ciclo onde o menino continua a estudar e a menina fica a ser mãe a tempo inteiro. Então presta atenção, não coloque mais uma miúda nas estatísticas. Ela é tão nova quanto ele para assumir a responsabilidade, permita que a sua filha continue a estudar, faça com a outra avó o sacrifício de assumirem a responsabilidade pelo vosso neto, afinal nenhuma das duas explicou àquelas crianças como evitar uma gravidez, como ter sexo seguro ou sobre os riscos de uma gravidez precoce.
Claro que as vezes a culpa não é dos pais, apesar de todo o cuidado com a educação e toda a informação que passámos ou se tenta passar, estas jovens mulheres que na verdade ainda são crianças na maioria dos casos, não conseguimos fazer com que fujam as estatísticas.
Por outra, nós, as mães de rapazes, devemos educá-los desde cedo a serem companheiros, amigos, parceiros e principalmente responsáveis pelos seus actos, e ensinar que, toda a cção gera um resultado e que as consequências terão que ser assumidas com responsabilidade, quer sejam boas ou más.
Cuidem cada um dos seus filhos, informação é a solução.