Mãe, sabias que a distância entre os olhos é igual ao tamanho dos olhos e… mãe hoje descobri que há uma lista de coisas que não precisamos mas que devemos saber, assim começa a minha filha mais velha, mal abro a porta a chegar do serviço.
Mãe, o homem aranha fez, subiu, saltou… o Barcelona, o Real… não são bonecos, são as minhas artes, não mexem nas minhas coisas, relatos diários do meu filho.
Mamã, quero ver os meus olhos. Mamã, estou sem sono, posso assistir? A minha mão está a doer, não vou conseguir comer, dia-a-dia da minha cassula.
Ninguém me ensinou a ser mãe, aliás, ninguém estuda para ser mãe. Somos filhas a nossa vida toda e a viver em casa dos país, em alguns casos, somos filhas a viver sozinhas por algum tempo antes de nos aventurarmos pela maternidade. Enquanto somos só filhas, vivemos como filhas e não nos preocupamos em aprender a ser mãe.
Claro que podemos dizer que ser irmã mais velha (eu sou a número 2 de 10) me tenha preparado ou ensinado a ser mãe. Mas não, eu aprendi a ser irmã, sou uma boa irmã mais velha, nisso sempre tive prática pois pratiquei com os meus irmãos a minha vida quase toda. E a melhor parte de ser irmã, é que todos aí têm os seus pais para se preocuparem e assumir a responsabilidade.
Mas quando te tornas mãe, tudo muda. A tua vida passa a funcionar em função de outro ser, que passa a ser a tua prioridade absoluta, as tuas preocupações, os teus medos, as tuas lutas, a tua força tem nome e sobrenome, e o teu estoque de paciência deve ser renovado todos os dias, com o amor que sentes pelos teus filhos.
Mães não são divinas, não são imortais, mas são o melhor que a vida nos deu, e com o amor que nos foi dado, também amaremos e tentaremos fazer igual ou melhor ao que nos foi feito. Claro que quando somos mães descobrimos que o amor e a paciência se complementam, mas nem sempre andam juntos. Descobrimos que não hã, nem haverá uma pessoa mais presente na nossa vida do que a nossa mãe.
Ser mãe é uma bênção, pois nos coloca numa condição completamente dependente de Deus. Quem como eu, já acordou para ir sentir se o bebé está a respirar ou já teve o filho doente e teve que esperar melhorar sem poder fazer mais nada além de dar remédios e estar presente, sabe do que falo. Ser mãe é amar e esperar que esse amor seja suficiente.
Ninguém nos ensinou a ser mães, aprendemos com a prática ao nos tornarmos mães. aprendemos a ser mãe seguindo o nosso instinto, lembrando que de uma forma ou de outra, ser filha nos ensina a ser mães. Filhos não trazem catálogos, mas deviam, ser mãe na verdade é um acto de amor.
Ser mãe é uma arte!